O glaucoma é uma lesão no nervo óptico que pode levar a cegueira.
O glaucoma é uma doença ocular caracterizada por alteração do nervo óptico e pode levar a um dano irreversível das fibras nervosas e, consequentemente, perda de campo visual. Essa lesão pode ser causada por um aumento da pressão ocular ou uma alteração do fluxo sanguíneo na cabeça do nervo óptico.
O glaucoma é considerado como a principal causa de cegueira irreversível no mundo, e isso ocorre por ser um quadro que não apresenta sintomas em grande parte dos casos. A doença pode estar presente e a pessoa não percebe causando uma piora do quadro e progressivamente uma lesão irreversível do nervo que, por sua vez, afeta o campo de visão.
Segundo alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados 2,4 milhões de novos casos de glaucoma anualmente, o que totaliza 60 milhões de pessoas no mundo.
Causas
Por razões que a medicina ainda não compreende totalmente, o aumento da pressão dentro do olho (pressão intraocular) é geralmente, mas nem sempre, associada à lesão do nervo óptico, que caracteriza o glaucoma.
Esta pressão acontece devido ao aumento de um líquido chamado de humor aquoso, que é produzido na parte anterior do olho ou por uma deficiência de sua drenagem através de seu canal.
Tipos
Quando há um bloqueio desse fluido do olho, este provoca o aumento da pressão ocular. Na maioria dos casos de glaucoma, essa pressão está elevada e provoca danos no nervo óptico.
A doença também pode acometer crianças, embora elas não manifestem nenhum tipo de sintoma. Crianças podem vir a apresentar glaucoma congênito de evolução tardia que acontece nos primeiros anos de vida ou glaucoma juvenil que surge geralmente aos quatro ou cinco anos de idade. Mesmo não havendo sintomas, as crianças podem sofrer danos no nervo óptico também.
Glaucoma de ângulo fechado (agudo) ocorre quando a saída do humor aquoso é subitamente bloqueada. Isso origina um aumento rápido, doloroso e grave na pressão intraocular.
Glaucoma de ângulo aberto (crônico) é o tipo mais comum de glaucoma e tende a ser hereditário, mas sua causa é desconhecida. Nele, um aumento na pressão ocular desenvolve-se lentamente com o passar do tempo, e a pressão elevada causa um dano permanente no nervo óptico, causando perda do campo visual.
Glaucoma congênito é, como o próprio nome diz, o tipo em que a criança já nasce com a doença, herdada da mãe durante a gravidez. Este tipo de glaucoma, no entanto, é considerado raro e se descoberto, deve-se tratar imediatamente.
Glaucoma secundário costuma ser causado principalmente pelo uso de medicamentos, como corticosteróides, pelos traumas e por outras doenças oculares e sistêmicas.
Sintomas
Os sintomas de glaucoma costumam variar de acordo com o tipo da doença. Confira:
Glaucoma de ângulo aberto
Muitas pessoas NÃO apresentam sintomas até o início da perda da visão;
Perda gradual da visão periférica lateral, também denominada visão tubular.
Glaucoma de ângulo fechado
Os sintomas podem ser intermitentes no início ou piorarem prontamente. Entre eles, estão:
Dor grave e súbita em um olho;
Visão diminuída ou embaçada;
Náusea e vômito;
Olhos vermelhos;
Olhos de aparência inchada.
Glaucoma congênito
Os sintomas costumam ser notados quando a criança tem alguns meses de vida. São eles:
Nebulosidade na parte frontal do olho;
Aumento de um olho ou de ambos os olhos;
Olho vermelho;
Sensibilidade à luz;
Lacrimação.
Diagnóstico
Um exame ocular pode ser usado para confirmar o diagnóstico de glaucoma. O médico precisará examinar o interior do olho, observando através da pupila, que geralmente é dilatada. O especialista geralmente realiza um exame completo do olho.
Somente a averiguação da pressão intraocular (por meio da tonometria) não é suficiente para diagnosticar o glaucoma, pois a pressão ocular costuma mudar. Por isso, outros exames deverão ser feitos para que o médico possa diagnosticar o paciente com glaucoma ou não.
Fatores de risco
Os médicos alertam para alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de glaucoma que pode levar a cegueira, se não tratados. Confira:
Pressão intraocular elevada;
Idade acima dos 60 anos ou acima dos 40 anos, para o caso de glaucoma agudo;
Afro americanos são mais propensos a desenvolver glaucoma do que pessoas caucasianas, principalmente os acima dos 40 anos de idade;
Histórico familiar de glaucoma pode elevar as chances de um indivíduo desenvolver a doença também;
Doenças no olho, como alguns tumores, descolamento de retina e inflamações, aumentam o risco de glaucoma;
Fazer uso por muito tempo de medicamentos à base de corticosteroides.
Além disso, entre os principais fatores de risco estão diabetes, problemas cardíacos, hipertensão e hipertireoidismo também podem levar à doença. Um estudo realizado pela Universidade de Michigan e publicado na revista americana Ophthalmology, faz um alerta quanto a relação de hipertensão e diabetes a um maior risco de glaucoma.
De acordo com os pesquisadores, o diagnóstico de diabetes tipo 2 aumenta o risco de glaucoma em 35%. E quando há hipertensão arterial a chance é maior em 17%. Mas, quando ambas condições estão presentes, a probabilidade de desenvolver glaucoma é de 48%. Vale lembrar que a relação das doenças com o glaucoma ainda está sendo estudada.
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